A arte
nos faz acordar, refletir, observar, pensar, imaginar e consequentemente
despertar para a realidade de forma consciente. E quando despertamos através da
arte, tomamos consciência de quem somos, nossa história e nossa identidade.
Minha
aprendizagem em Projeto Interdisciplinar de Ensino e Aprendizagem 2, foi
construída com textos fundamentados, que são importantes para minha
formação profissional e pessoal.
Os
textos eram de excelente qualidade, com
recursos pedagógicos que levaram a uma reflexão profunda. Nesta
construção de conhecimento, tive o apoio dos tutores, colegas e familiares.
Na
primeira semana foi disponibilizado a Entrevista de Clarice Lispector com
Augusto Rodrigus, e foi um despertar. Augusto Rodrigues fala que o
conhecimento transcende a atitude, tornando-o algo vivo. A educação
deve ser, portanto, um processo criador. Ele diz, inclusive que "o
que mais existe de constante em minha vida é a reformulação dela."
As
escolinhas de Artes abriram os caminhos para o surgimento de novas teorias
do ensino da arte no Brasil. Considerando a importância da imaginação no
desenvolvimento do desenho infantil, defendiam a liberdade na expressividade e
o desenvolvimento da imaginação, da memória visual e o desenvolvimento de
outras habilidades através do desenvolvimento artístico. Este movimento
reformista impulsionou estas tendências de liberação da criatividade através da
Arte.
Augusto Rodrigues coloca que a
educação deu maior significação à sua vida, porque ela exige um inter-relacionamento
com todos os aspectos da vida. Isto quer dizer que educar é
envolver-se completamente com a vida, aprendendo com ela e com o outro. É uma
experiência coletiva com o conhecimento.
"Ensinar não é senão aprender. E o conhecimento transcende na atitude,
não sei se a palavra é transcende - como é que eu poderia explicar? É assim:
puramente na atitude, você já transmite o conhecimento ou toma vivo algo por um
simples processo de emulação. Educação deve ser um processo tão criador que
tudo o que resulte dela seja por contaminação. O que existe de mais constante
na vida é a reformulação dela"
Augusto Rodrigues
Um dos momentos mais inesquecíveis da Disciplina:
Projeto Interdisciplinar de Ensino Aprendizagem 2, foi a apreciação
dos...
Poemas
de Álvaro de Campos
Ah, um Soneto...
Meu coração é um almirante
louco
que abandonou a profissão do
mar
e que a vai relembrando pouco a
pouco
em casa a passear, a passear
...
No movimento (eu mesmo me
desloco
nesta cadeira, só de o
imaginar)
o mar abandonado fica em foco
nos músculos cansados de parar.
Há saudades nas pernas e nos
braços.
Há saudades no cérebro por
fora.
Há grandes raivas feitas de
cansaços.
Mas — esta é boa! — era do
coração
que eu falava... e onde diabo
estou eu agora
com almirante em vez de
sensação? ...
Poesia e Desenho
A paisagem que postei foi
fotografada por mim, no dia 07/02/2012, ao entardecer em Arraial
D"Ajuda-BA. Não fiz nenhuma intervenção, pois queria ressaltar a beleza do
lugar. Achei que tinha tudo a ver com o Poema: Ah, um soneto...
Contudo
Contudo, contudo,
Também houve gládios e flâmulas de cores
Na Primavera do que sonhei de mim.
Também a esperança
Orvalhou os campos da minha visão involuntária,
Também tive quem também me sorrisse.
Hoje estou como se esse tivesse sido outro.
Quem fui não me lembra senão como uma história apensa.
Quem serei não me interessa, como o futuro do mundo.
Caí pela escada abaixo subitamente,
E até o som de cair era a gargalhada da queda.
Cada degrau era a testemunha importuna e dura
Do ridículo que fiz de mim.
Pobre do que perdeu o lugar oferecido por não ter casaco limpo com que aparecesse,
Mas pobre também do que, sendo rico e nobre,
Perdeu o lugar do amor por não ter casaco bom dentro do desejo.
Sou imparcial como a neve.
Nunca preferi o pobre ao rico,
Como, em mim, nunca preferi nada a nada.
Vi sempre o mundo independentemente de mim.
Por trás disso estavam as minhas sensações vivíssimas,
Mas isso era outro mundo.
Contudo a minha mágoa nunca me fez ver negro o que era cor de laranja.
Acima de tudo o mundo externo!
Eu que me aguente comigo e com os comigos de mim.
Também houve gládios e flâmulas de cores
Na Primavera do que sonhei de mim.
Também a esperança
Orvalhou os campos da minha visão involuntária,
Também tive quem também me sorrisse.
Hoje estou como se esse tivesse sido outro.
Quem fui não me lembra senão como uma história apensa.
Quem serei não me interessa, como o futuro do mundo.
Caí pela escada abaixo subitamente,
E até o som de cair era a gargalhada da queda.
Cada degrau era a testemunha importuna e dura
Do ridículo que fiz de mim.
Pobre do que perdeu o lugar oferecido por não ter casaco limpo com que aparecesse,
Mas pobre também do que, sendo rico e nobre,
Perdeu o lugar do amor por não ter casaco bom dentro do desejo.
Sou imparcial como a neve.
Nunca preferi o pobre ao rico,
Como, em mim, nunca preferi nada a nada.
Vi sempre o mundo independentemente de mim.
Por trás disso estavam as minhas sensações vivíssimas,
Mas isso era outro mundo.
Contudo a minha mágoa nunca me fez ver negro o que era cor de laranja.
Acima de tudo o mundo externo!
Eu que me aguente comigo e com os comigos de mim.
Fiz esta Colagem com
recortes de revistas e depois fiz uma interferência no Gimp, usando apenas uma
cor. A inspiração veio do Poema: Contudo.
Arte e a Sociologia
Na segunda Guerra Mundial, a capital francesa estava ocupada
por nazistas, e ao ver uma reprodução do painel Guernica, de Pablo Picasso, um
oficial perguntou: “Foi o senhor quem fez isso?”. Picasso respondeu; “Não foram
vocês”. É evidente que a responsabilidade pela destruição e pelo bombardeio foi
dos alemães, mas Picasso transformou a destruição da aldeia basca pelos aviões
nazistas, numa obra prima contra a guerra.
Aqui no Brasil o pintor Cândido Portinari criou várias obras com temas sociais,
era filiado ao Partido Comunista Brasileiro, foi perseguido e fugiu para o
Uruguai, e em 1951 voltou ao Brasil.
O sociólogo alemão Max Weber diz que a ação social em si já é uma
reação a uma ação prévia, e que a ordem social não é uma realidade exterior ao
indivíduo, mas deriva dele e com ele se relaciona. Cada ação por pequena que
seja, provoca uma reação que atinge o autor da ação, mas atinge também a
outros. Uma ação individual nunca estará livre de ser uma ação social. Tudo o
que você joga para cima cai. E não apenas na sua cabeça.
Os pintores modernos, Pablo Picasso e Henri Matisse, evoluíram sua
arte através de uma “conversa” entre suas obras, em um típico processo de ação
e reação. Tudo começou quando, em 1905, Matisse pintou um quadro a que chamou Le Bonheur de Vivre. Picasso sentiu-se
afetado e estimulado pela obra e respondeu com outra, a Demoiselles d” Avignon, que é tida como
primeira pintura cubista. A tréplica de Matisse veio com a radical L”Atelier
Rouge, dando continuidade às provocações artísticas, em que cada quadro buscava
criar uma nova linguagem, como que aguardando resposta.
Consta que essa relação entre os dois gênios continuou até a
década de 40 e foi responsável por uma evolução espetacular da arte de ambos.
Além de agradar ao público, eles tinham uma ação particular que provocava uma
reação correspondente, em um diálogo contínuo, provocador, singular e belo.
Vale ressaltar alguns
pontos que merecem uma atenção especial no aprendizado:
·
Conheci os principais nomes da Bauhaus e hoje
consigo identificar a influência
deles.
·
Apreciei a Cartilha Anima Escola
·
Criei o Blog Arte
·
Executei com sucesso o projeto de produção e apreciação da arte
popular
Finalizo
esta disciplina, confiante de que consegui adquirir conhecimentos valiosos,
para a minha formação docente e pessoal!